Ultimamente, e sabe-se lá porque razão, a "Maternidade" tem sido um tema muito polémico.
Em vez de apoio, compreensão, ajuda, conselhos úteis o que vemos é ódio, muito ódio.
Vamos por partes, temos as puritanas, as malucas, as conservadoras, as aventureiras, as tradicionais, as perfeitas, as que são melhores que as outras.
Toda a gente se ofende com tudo. E quem tem o azar de frequentar grupos de mães sabe o que é dizer "Ai" e ter 572 mães a criticar.
Escrutinando as ofensas da Maternidade (sem exageros e baseado naquilo que ouvi e li):
Gravidez:
- Porque a mãe decidiu não fazer o curso pré-parto - não se preparou, vai correr mal, ajuda muito, não vai saber o que fazer;
- Porque a mãe decidiu fazer o curso - isso não serve para nada, cada mulher é diferente, na altura é que se vê e já ninguém se lembra de nada;
(eu não frequentei nenhum curso)
- Porque a mãe fez exercício - prejudica o bebé o exercício físico;
-Porque a mãe não fez exercício - sedentarismo prejudica o bebé;
(mais sedentária que eu é impossível)
- Porque a mãe se privou de alguma comida - está a prejudicar o bebé, o feto precisa de se alimentar com tudo para se ir habituando;
- Porque a mãe não se privou de nada - uma inconsciente, há comidas proibidas na gravidez, vai afetar o bebé;
- Porque sim e porque não.
Parto:
- Porque levou epidural - ainda o bebé não nasceu já o encheu de drogas;
- Porque não levou epidural - as drogas existem são para serem usadas, não precisamos sofrer;
(epidural é vida)
- Porque programou a cesariana ou o parto - não sabe ser mãe, quem decide quando nascer à a criança nunca a mãe;
- Porque era parto natural mas houve um problema e foi necessário uma cesariana de urgência - a mãe foi uma fraca por não aguentar e submeter o bebé a uma cesariana;
- Porque tiveram num privado - são as riquinhas que não se querem misturar;
- Porque tiveram num publico - sujeitar o bebé a um hospital publico é condena-lo;
- Porque tiveram num hospital - ao natural com uma doula é que é saber o que se sofre;
(fui parir à MAC)
- Porque sim e porque não.
Amamentação:
- Porque quem não amamenta porque não pode - não poder é uma desculpa, todas as mães podem;
- Porque não amamentam porque não conseguem e desistem - fracas, egoistas;
- Porque simplesmente não querem - não merecem ter filhos, más mães;
(desisti mentalmente de amamentar devido às dores, mas às duas semanas de vida do macaquinho, o meu leite secou)
No que toca a amamentação temos pano para mangas porque não se coloca a hipótese de não amamentar.
Todas temos direito à nossa opinião e isso não significa que todas têm de pensar de maneira igual.
Ninguém está totalmente certo e aquilo que escolhemos para a nossa gravidez pode não ser o melhor para outra mulher.
Continuando neste tema fofinho, passo para o milagre da amamentação.
Esse vínculo especial que a mãe cria com o seu bebé, que ninguém consegue explicar.
De todo o processo de gravidez, parto e amamentação o que mais gostei foi da amamentação.
Principalmente da subida do leite ao 4 dia de vida do macaquinho.
Como explicar a subida do leite e a razão de ter adorado...
FOI A PIOR DOR QUE JÁ SENTI AO LONGO DE 31 ANOS DE VIDA.
FOI HORRÍVEL.
SÃO DORES QUE NÃO DESEJO A NINGUÉM.
SE ME DISSESSEM: DEIXAS DE TER A SUBIDA DO LEITE MAS TENS DE PARIR MAIS 20 VEZES... EU PARIA MAIS 20 VEZES, SEM PESTANEJAR.
Como explicar a subida do leite?
Não há palavras para descrever o desespero da dor, o desespero de querer alimentar um ser vivo que berra de fome e não conseguir, o desespero de um pai que não sabe o que fazer para ajudar ou minimizar a dor dos dois.
De tudo o que mais me metia medo era a amamentação.
Continuando neste tema tão fofinho, tão gracioso e amado por toda a gente.
(por toda a gente que nunca passou por ele)
A Maternidade é algo muito bonito, podem colocar todos os defeitos, mas é algo na vida da mulher que deixa marcas profundas, internas mesmo.
A maternidade é muito bonita, mas o parto não é. Engane-se quem acha que parir é fixe.
NÃO É.
Parir é voltar a ser uma mulher das cavernas, é voltar a ser primitiva, não é fixe.
Uma mulher fica exausta, eu lembro-me de a meio do parto gritar "NUNCA VOU FAZER ISTO SEM DROGAS".
Quem faz sem drogas, faz muito bem, tolerância à dor é algo bom, eu não fui feita para tolerar dor.
As contrações são dores estranhas, as minhas pareciam que me estavam a arrancar os orgãos, a sorte é que só duravam 3/5 segundos.
Comecei com contracões às 5h, virei-me para o lado e voltei a adormecer longe de pensar que estava em trabalho de parto, levantei-me às 10h e só comecei a desconfiar quando elas vinhas de 3 em 3 minutos certinhas.
Dei entrada no hospital às 14:45h, após dilatação toda feita e três doses de epidural comecei a fazer força primitiva às 19h e o macaquinho nasceu às 21:05h.
Foi ou não foi um parto santo?
Queixo-me ou não queixo de barriga cheia?
Eu sei, mas cada uma com a sua experiência e eu não tenho culpa.
- Tenho demasiado tempo livre e não sabia como o ocupar; (sou mãe, mulher, filha, amiga, dona, empregada...)
- Tenho coisas para dizer ao mundo; (e engane-se quem pensar que são coisas interessantes)
Por aqui vou falar do que bem me apetecer e ninguém tem nada que ver com isso: - Filho; - Marido; - Pais; - Sogros; - Cadela; - Opiniões que ninguém pediu; - Transportes Públicos; - Coisas que me irritam; - Alegrias; - Tristezas; - Trabalho; - Amizades;
- Tenho demasiado tempo livre e não sabia como o ocupar; (sou mãe, mulher, filha, amiga, dona, empregada...)
- Tenho coisas para dizer ao mundo; (e engane-se quem pensar que são coisas interessantes)
Por aqui vou falar do que bem me apetecer e ninguém tem nada que ver com isso: - Filho; - Marido; - Pais; - Sogros; - Cadela; - Opiniões que ninguém pediu; - Transportes Públicos; - Coisas que me irritam; - Alegrias; - Tristezas; - Trabalho; - Amizades;