Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O qu'eu aturo!

O qu'eu aturo!

#4 Pós-Parto - Nossa que biolência

Conhecem a sensação de impotência?

Aquela sensação de "e agora?"

Aquele medo de "eu não vou conseguir, eu estou sozinha"

O pós-parto é assustador. É de pegar na trouxa e zarpar.

Os hospitais privados têm essa benece, o pai fica no quarto com a mãe e o bebé, no hospital público somos deixadas sozinhas.

Eu pari às 21h, o pai do bebé foi embora às 23h completamente exausto, eu subi para o quarto às 00h e de repente fiquei sozinha com um bebé que não sabe bem o que lhe acabou de acontecer.

A enfermeira foi espectacular, mas não é privada, não está ali só para mim, tem mais 20/30 mães para cuidar.

O pós-parto é muito violento.

Somos largadas com um bebé, que precisa ser amamentado sempre que quiser, quando nem sentar conseguimos, nem dobrar, nem virar, nem andar. 

Temos um bebé a chorar e o esforço para nos conseguirmos levantar é tremendo, as dores são insuportáveis.

Precisamos de fazer chichi e nem à casa de banho podemos ir, porque andar pode rebentar os pontos.

E no meio disso tudo temos um bebé a chorar a precisar de nós, a precisar de colo.

E estamos sozinhas. A visita do pai só começa às 12h, até lá aguenta as dores e trata do teu filho. 

Durante a noite, não dormes, ele precisa mamar praticamente de 1h em 1h.

O pós-parto é brutal.

É solitário.

É doloroso.

E não com isto não gosto menos do meu filho, mas isto é a realidade, nem tudo é cor de rosa aos corações.

 

Cães vs Bebés

Mais uma vez O Meu Cãotinho a dar ideias para publicações fofinhas.

Ter um cão em casa, ser ele o dono e destruidor da casa, ser o centro das atenções e de repente vem um bebé.

Contextualizando, tenho uma cadela de 5 anos, pesa 25kg e é um ser completamente louco. E tem uma paixão avassaladora/possessiva/obssessiva pelo dono.

Na rua as pessoas dizem:

"tanta energia, mas isso passa, quando crescer ela acalma" AHAHAHAHAHAHA

"ainda é novinha, lá para os 5 ela começa a acalmar" AHAHAHAHAHAHAHA

"quantos anos tem? 1?" AHAHAHAHAHAHAHAH

Amigos a minha cadela há-de ser velha caquética e há-de ser assim destravada e maluca.

A reacção dela durante a gravidez foi de desprezo, ela não queria saber de mim, nunca teve aquele momento fofinho que se vê nos vídeos por essa internet fora a colocar o focinho na barriga. Sempre que a tentava aproximar da barriga ela encolhia-se com medo. Foi tudo muito estranho para ela.

Quando o bebé nasceu, eu estive dia e meio fora de casa e quando voltei ela fez-me a recepção normal, sem grandes euforias. Ah voltaste, que bom!

Era o pai que carregava o ovo com o bebé, que deixámos na cozinha para ver a reacção dela. 

Muito assustada, aproximou-se do ovo, cheirou tudo, cheirou a cara do bebé e ficou por aí.

Enquanto ele foi recém-nascido, ela não lhe achava muita graça. Perdia a cabeça quando o dono pegava no bebé, destruiu duas camas dela de raiva, chateada. Uns ciúmes loucos, sempre que o dono dava atenção ao bebé.

Até que tudo mudou, ele deixou de ser recém-nascido, começou a interagir, a palrar, a mexer as mãos e ela começou a achar alguma piada.

Mexeu uma vez nos brinquedos dele, daqueles que fazem barulhos iguais aos dela, mas foi repreendida e nunca mais lhes tocou, podem estar a guinchar em frente ao focinho dela, que ela não quer saber. 

Aos 4 meses ele começou a comer as sopas e uma vez, mãe inexperiente esqueceu-se que a sopa tinha acabado, estava a fazer sopa e ele berrava de fome, chorava com razão deitado na espreguiçadeira e quando olho para o acalmar está a cadela sentada a lamber-lhe as lágrimas.

Não foi forçado, ninguém lhe pediu. Ela percebe melhor que eu os choros dele.

Se ele chorar com razão, seja por alguma dor, seja por fome ela fica aflita. 

Quando ele chora por birra, por estar chateado, ou porque sim, ela não liga, vai embora e deixa-o a chorar sozinho.

O bebé está praticamente com 8 meses e ela adora-o, fica amuada quando ele acorda e nós não a deixamos dar a lambidela na orelha de bom dia. 

Ela dorme no cadeirão ao lado da cama dele, cadeirão esse que servia para eu dar o leite e entretanto foi ficando no mesmo sítio, ela adoptou o cadeirão. Durante a noite basta o minímo barulho da parte dele que quando eu ligo a luz já está ela de focinho no ar a olhar para dentro do berço.

Ele já chama por ela, grunhe umas coisas, puxa-lhe as orlhas e torce-lhe as bochechas e ela lambe-lhe as orelhas.

Claro que tem ciúmes, quando os avós estão presentes ela tenta por tudo ter a atenção. 

Todas as minhas dúvidas sobre a reacção dela estavam certas.

Eu dizia que ela iria aceitar bem o bebé e gostar dele, o problema dela seria com o dono e ter de dividir essa atenção. CHECK 

Coisas que ainda não consegui resolver e que me preocupavam na gravidez e cada vez mais me sinto perdia... o pêlo. 

Não sei o que fazer a tanto pêlo, ela tem pêlo curto, mas larga muito, o chão por mais aspirado que seja tem sempre pêlos, é inevitável.

Ou aspiro todos os dias de meia em meia hora, ou então não hã volta a dar.

Se houver ideias, partilhem estou a precisar.

 

#3 Pós-Parto - Os Avós

Ai os avós esses seres que não cabem em si de contentes.

Tão contentes que perdem a noção dos limites.

Compreensivel? Sem dúvida.

Conveniente? De modo algum. 

Os avós extasiados nem sabem bem o que fazer à vida deles, a emoção, a alegria, os excessos.

Tive de pôr um travão nos meus pais, estavam a exceder o aceitável. Conversei com o meu irmão e ele também ajudou a falar com eles e tudo melhorou.

Os meus pais entraram em transe, primeiro neto, euforia.

Essa euforia baseava-se em:

- Ligar a qualquer hora. 

Exemplo concreto que me levou a explodir, a minha mãe liga às 10h e eu atendo completamente abananada e ela diz "eu não acredito que tu ainda estás a dormir às 10 da manhã e o menino?" e pronto saltou-me a tampa "eu dou leite de 3 em 3 horas, nos intervalos não consigo dormir. Sim estou a dormir às 10 da manhã e o menino também está, a partir de hoje sou eu que ligo quando estiver disponível e não és tu que ligas quando te apetece". A minha mãe amuou, falou com o meu pai que me ligou de seguida para dizer que não era por mal e que a partir desse dia era eu que ligava.

 

- Aparecer a qualquer hora. São os avós, são VIP, mas não têm livre-trânsito.

Mais um exemplo que me fez explodir, eles saem do trabalho e passam cá por casa. 20h, estou a adormecer o rebento e tocam à campainha, ignorei, uma vez que não estava à espera de ninguém, tocam novamente com mais vigor, vi que eram eles, abro a porta chateada e volto para o quarto onde o rebento tinha acabado de adormecer. Os avós entram, eu peço para não o acordarem porque ele tinha acabado de adormecer. Quando dou por mim, sem ter tempo de pestanejar, já está a minha mãe com ele ao colo. Saltou-me a tampa. 

 

- Ir visitar e reclamar do estado da casa

E aqui vão-me desculpar mas voltamos ao mesmo assunto.

Quem mais se preocupava com o estado da casa era o meu pai, o homem que acha que uma mulher tem de ter a casa sempre um brinquinho para o caso de aparecerem visitas. O meu pai que acha que se estou em casa com o bebé não arrumo porque não quero. O meu pai que acha que é uma vergonha receber alguém e ter estendais com roupa a secar espalhados pela casa (é inverno não tenho culpa). E foi aqui que me saltou a tampa e lhe disse "e é precisamente por isso que não recebo visitas, receber alguém implica limpar a casa e não me apetece".

 

- Acharem que não sei acalmar o meu filho.

Bebé a chorar desalmadamente, pego nele ao colo, não acalma e o meu pai grita "que aflição dá o bebé à mãe ela é que sabe acalmar" e eu grito "a mãe? Qual mãe? A mãe dele ou a minha? A mãe dele sou eu, quando ele chora à noite sou eu que lá estou, quando ele faz birras sou eu que lá estou, demoro mais ou menos tempo, mas a mãe sou eu!". O meu pai ficou com os olhos muito abertos a olhar para mim sem saber o que dizer e no meio do choro só oiço a minha mãe dizer "ela é a mãe, ela sabe o que fazer".

 

Os avós paternos, também deram trabalho, parece que nunca cuidaram, nem criaram uma criança, ja falei disto aqui:

- Entrar em pânico porque o bebé está a fazer uma birra gigante, ao ponto de o quererem levar para o hospital (era só sono)

- Achar que um bebé fica mal e desconfortável de calças, os bebés têm é de usar babygrows

- Achar que saltar horas de refeições é pacífico, se ele está a dormir náo se acorda e dar sopa às 16h como almoço é normal

- Um dar a sopa, enquanto o outro lhe agarra as mãos, para ele não mexer no prato da sopa, é aceitável

- Dizer que ele não gosta de peru apenas porque à primeira colherada fez má cara

- Dizerem que a sopa não presta porque é verde do sporting.

- Dizerem que depois quando lhe quiserem dar um chocolate e eu não deixar, lhe dão às escondidas.

A diferença?

Os meus pais entenderam e mudaram o comportamento obssessivo.

Os pais dele continuam iguais. Já avisei que certos comentários vão acabar assim que ele começar a entender e a falar. 

Avós queridos nós entendemos o entusiasmo, mas tenham calma. Vocês já tiveram o vosso tempo, deixem-nos gozar o nosso momento com tudo o que isso implica.

Gerir isto é complicado e vocès já se esqueceram.

#2 Pós-Parto - A Casa

Ora pois que este é outro tema muito sensível, mas neste vou ser muito breve, mesmo muito breve.

Uma casa tem de estar sempre impecável porque a qualquer momento podemos receber visitas.

Deixem-me rir, por favor.

Não, não tem.

Acabei de parir e estou-me a borrifar para a casa. 

Tenho mais em que pensar. Tenho mais que fazer.

Estou cansada e com sono.

Hei-de arrumar, quando tiver disposição para isso, tempo e paciência.

E como já referi, proibi visitas e se aparecerem sem avisar finjo-me de morta e não abro a porta.

 

#1 Pós-Parto - As visitas

As famosas visitas pós-parto, pois não sei, não tive nenhuma. 

Proibi toda a gente de vir cá a casa.

Fora de brincadeiras, proibi mesmo.

Só foram autorizados a entrar os avós e os tios, de resto, temos pena.

Tenho mais que fazer que receber pessoas em casa.

Houve pessoas chatedas, houve sim senhora. Fiquei preocupada com isso, não fiquei não senhora. 

Vamos entender uma coisa, uma mãe acabada de parir quer tudo menos visitas. Simples assim.

Uma mãe acabada de parir quer sopas e descanso e nem isso consegue ter, quanto mais ter de partilhar isso com visitas que se estão a borrifar para a nossa sanidade mental, querem apenas saber do bebé.

Para receber alguém em casa é necessário:

1 - Estar arranjada e de banho tomado... nem vale a pena explicar este ponto pois não?

2 - A casa tem de estar minimamente arrumada... senhores uma mãe não quer saber da casa naquele momento.

3 - Tem de receber as visitas e dar qualquer coisa a beber ou comer... nem nós comemos às quatro da tarde e ainda tenho de alimentar outras pessoas?

4 - Fazer sala... como se não tivéssemos o mundo a cair-nos em cima e náo tivéssemos mais nada que fazer.

O que realmente as visitas lá vão fazer:

1 - CHATEAR. 

2 - Ver o bebé, esquecendo por completo que existe uma mãe exausta, porque mulheres que foram mães há 500 anos já se esqueceram do que passaram.

3 - Vão querer ver o quarto do bebé, que possivelmente ainda tem as coisas da maternidade espalhadas, porque ainda não houve tempo de arrumar.

4 - Vão opinar sobre o nosso estado, sobre como fazer as coisas, sobre tudo o que fazemos errado (na visão delas)

5 - Vão ver o estado da casa e comentar.

 

Precisamos disto? NÃO!

Precisamos de ajuda (é aqui que entra a ajuda, não é do pai da criança boa?) e há tanta coisa que podem fazer, querem exemplos?

- Roupa para lavar, estender e passar;

- Chão para aspirar;

- Camas para fazer de lavado;

- Cozinha para limpar;

- Casa de Banho para limpar.

 

Conselho prático:

Se a visita que pretendem fazer for útil, pois meus amigos sejam muito bem vindos.

Se a visita que pretendem fazer for apenas para matar a curiosidade sobre o bebé, estrelinha que vos guie. 

Haters

Adoro haters, não tenho nenhum como é óbvio, eu sou espectacular.

Vim aqui desabafar sobre um comentário que tive no Instagram sobre este post.

Aquilo que eu escrevi é a minha visão, a minha realidade e a de muitas mulheres e perante isto tive um comentário que dizia "culpa dos dois" ao qual eu respondi "perante um desabafo sincero e emotivo, esse comentário foi super construtivo, obrigada".

Não obtive resposta.

Nem todos os homens são iguais, não escrevi um texto a generalizar, aquilo é a minha realidade nua e crua. Receber aquele comentário deixou-me a pensar que alguém se sentiu incomodado, CLARO QUE A PESSOA QUE SE INCOMODOU FOI UM HOMEM!

Se ele se tivesse justificado, mas não, ficou por aquele comentário vazio de conteúdo. Apontar o dedo e dizer que a culpa é dois é fácil. 

Arrisco-me a dizer que 90% das mães deste país não têm o apoio dos pais das crianças mesmo morando todos debaixo do mesmo tecto. 90% é muito? Talvez, pronto.

Grande maioria das mulheres cuida da casa, dos filhos, trabalha e o marido limita-se a trabalhar.

Quem entra com dinheiro em casa são os dois, ele não é o pilar da família, são os dois. Neste caso até é a mulher que mantém a casa de pé.

Os homens ainda são educados, e mais uma vez não são todos, para serem "servidos", para fazerem o mínimo possível e por milagre as coisas aparecem feitas. NÃO É MILAGRE SENHORES.

A vinda de uma criança não muda quase nada na vida de um homem.

A Licença de Maternidade permite que a mãe fique 5 meses em casa com o bebé e o pai fica 25 dias com a mãe e mais 30 no fim da licença da mãe (assim muito por alto), claro que estes papéis podem ser invertidos, mas por norma é isto que acontece. NÃO É JUSTO.

Um bebé precisa da mãe quase em exclusivo, é verdade, mas e a mãe? Quem está lá para mãe? NINGUÉM, a mãe fica sozinha. 

Avós que estão longe, ou que trabalham. 

Amigas que desaparecem, outras que têm, como é óbvio, as suas vidas.

Quem está lá para a mãe? Quando o bebé dorme, os que dormem, quem está lá para a mãe poder descansar, tomar banho, comer? NINGUÉM.

Quem deveria estar? O pai, é o que faz sentido. 

A mãe está sobrecarregada com amamentação de 3 em 3 horas, com fraldas, birras, choros. Era necessário termos alguém connosco, que desse o apoio necessário. E é esse o papel do pai, já que não pode fazer muito mais num recém-nascido 100% dependente da mãe.

É um choque gigante de um dia para o outro ter um bebé nos braços, só quem passa por isso sabe a sensação de impotência.

Não é por sermos mulheres que temos de conseguir fazer tudo.

Não é por sermos mães que temos o poder de encaixe de dar conta de tudo.

Os homens não são todos iguais, cada um tem a sua educação, mas a grande maioria é assim, desligado das coisas, alguém faz, aparece feito e se não aparecer também não se ralam muito com isso.

Os homens não estão lá para ajudar, para isso tenho o aspirador. 

Os homens estão lá para fazer.

É preciso mudar mentalidades, é preciso educar os nossos meninos a serem iguais, a fazer trabalho por igual, a serem presentes e prestativos. 

 

E as visitas? Ficam para outro post ahahahah

E a casa? Também fica para outro post muaahahahaha

E os avós que nem sempre ajudam, bem pelo contrário? Outro post.

Perguntas que adoramos ouvir

No seguimento deste post do blogue O Meu Cãotinho resolvi escrever sobre perguntas que todas as mulheres adoram.

O Meu Cãotinho escreve sobre a fatídica pergunta "quando tens filhos?"

 

Pois bem gentinha muito importada com a vida alheia, as pessoas têm filhos quando querem, quando podem, se quiserem, se puderem e vocês não têm nada que ver com isso. 

Pronto era isto, obrigada. 

 

Podia terminar por aí e o mundo era um lugar melhor, mas não, há muitas mais perguntas que não deveriam ser feitas.

Se são maldosas? Acho que não. Espero que não.

Se são inconvenientes? Óbvio.

Lista de perguntas que as pessoas não deveriam fazer para o bem da sanidade mental de quem as ouve:

Relacionamentos

Solteiras: Quando arranjas namorado?

Namoram: Quando casam?

Casam: Quando têm filhos? 

Maternidade

Primeiro filho: Agora tens de ir para o segundo.

Durante a gravidez: Quantos kg engordaste?

Depois da gravidez: Ainda não recuperaste dos kg da gravidez?

Parto: Foi natural ou cesariana?

8 meses após o parto: Vais comer isso tudo? 

8 meses após o parto: Só vais comer isso, mas agora estás de dieta?

8 meses após o parto: É muito difícil recuperar dos kg da gravidez?

8 meses após o parto: Estás com má cara, o bebé não te deixa dormir?

SÃO ETERNAS... estava aqui até 2050.

PESSOAS DEIXEM OS OUTROS SOSSEGADOS NA VIDINHA DELES!

 

 

Amizades que duram para lá da maternidade

Nesta publicação escrevi sobre as amizades que desertaram com a chegada do bebé. 

O impacto foi muito maior do que estava à espera.

Mas nem tudo é mau, como tudo na vida, uns vão e os que ficam fortalecem laços.

As amigas que ficaram de pedra e cal:

As que são mães e que sabem dar valor a esta mudança, que reconhecem o cansaço e a necessidade de desabafar e chorar, que entendem as nossas alegrias com coisas tão pequeninas que os bebés fazem.

As que não são mães, mas que entendem que existe uma mudança que tem de ser respeitada, mas que apesar da nossa ausência compreendem que é necessária e também lá estão para o que der e vier.

As solteiras vida loka, que entendem que isso acabou e apesar disso entendem o que é a chegada de um bebé e ficam felizes com isso.

As que não vemos assim tantas vezes, mas que todos os dias sem excepção, ligam ou mandam mensagem a perguntar como estou e como está o bebé. 

A base da amizade é o respeito e reciprocidade.

Às que ficaram, MUITO OBRIGADA!

Amizades vs Maternidade

Como é que é pessoas com filhos ainda têm amigas?

Muahahahahahah

Aaaaaah as amizades de longa data

As tias emprestadas das nossas crianças 

As amigas entusiasmadas e super excitadas com a vinda do rebento 

Mil e uma histórias do que vão fazer quando a criança nascer 

SÓ QUE NÃO!

Pois é, a minha realidade foi um bocadinho diferente.

Vamos dividir as amigas (vamos ter em conta que falo de amigas de há mais de 20 anos)

A amiga que se está a cagar:

Esta amiga é aquela amiga que recebe a notícia da gravidez, dá os parabéns e caga no assunto.

Não quer saber, não pergunta como estão as coisas, não se interessa.

Desvaloriza potenciais problemas graves que possam existir durante a gravidez, remetendo a conversa para os problemas dela que são bem mais graves, como por exemplo a suposta "conquista" não ter respondido à mensagem.

Ida para a maternidade, não recebi qualquer mensagem ou telefonema, nem sequer recebi visita. 

Quando o rebento nasceu, em 8 meses de vida veio visitá-lo uma vez, quando ele tinha 1 mês. E voltou a vê-lo no meu aniversário 2 meses depois e foi de fugida.

A amiga do falso entusiasmo:

Esta amiga acompanhou a gravidez toda, ia comigo para todo o lado, foi muito presente e prestativa (porque tinha tempo, verdade seja dita).

Muito entusiasmo, "quando fores para a maternidade avisa", esteve sempre a enviar mensagens para saber como estavam as coisa.

Até que o rebento nasce. 

Deu-se ali uma reviravolta e nunca mais a vi. 

MENTIROSA!

Em 8 meses de vida, foi visitá-lo duas vezes, uma das vezes teve de abandonar porque recebeu uma mensagem supé importante.

Se durante a gravidez sabia de todas as ecos, sabia de tudo, quando o rebento nasce nunca mais mandou mensagem a perguntar por ele.

Liga a combinar uma visita e não aparece, ou desmarca à última da hora, ou acha que pode aparecer a qualquer hora.

A amiga que não esteve presente e continua a não estar:

Esta amiga praticamente é desligada, falamos de vez em quando e sabemos que está tudo bem.

Se a gravidez alterou alguma coisa? Claro que não.

A diferença é que já era assim antes, falamos pouco, vemos-nos pouco, mas quando estamos juntas parece que estamos sempre juntas.

A amiga ingrata, mas se calhar a ingrata sou eu:

Esta amiga deu-nos quase tudo para o bebé. As coisas mais caras, carrinho, cadeira da papa, parque, ela ofereceu porque um dos primos já não precisava.

Agradeci muito. Estarei para sempre grata. Mas eu nunca lhe pedi nada, ela deu porque quis. 

Que mais posso fazer? Não pergunta por ele. Nunca o quis visitar. 

Nesta situcação tenho um bocadinho de dúvidas quanto à minha posição.

Conclusão (que isto é uma coisa super elaborada):

As prioridades de uma mãe mudam.

A nossa vida é virada do avesso, temos um ser 100% dependente de nós e a nossa cabeça está focada nisso.

Estamos a tentar ajustar a nossa vida, a criar rotinas, horários para mantermos a sanidade mental.

NÃO, já não dá para aparecer sem avisar.

NÃO, já não dá para aparecer a horas tardias.

NÃO, já não dá para ficar em casa dos outros a fazer sala, a dormir no sofá, nem no meu nem no vosso.

NÃO, já não dá para sair de casa a qualquer hora.

NÃO, durante algum tempo não vão existir saídas e as que existem não podem ser até tarde.

NÃO, já não posso beber e ir sair à noite.

NÃO, não posso deixar de dar banho ou a comida àquela hora só porque vocês estão presentes.

NÃO, não vou mandar calar ou sair da divisão com o bebé para acalmar um choro ou uma birra, só porque isso está a interromper o vosso assunto.

NÃO, não o vou reprimir dos seus gritinhos, dos seus grunhidos e bolhinhas só porque isso está a interferir com a vossa conversa, escusam de fazer cara de "ai que irritante".

As amigas que são mães mantêm-se e os laços ficaram mais fortes!

As amigas solteiras desertaram, que a vida delas não é isto.

(claro que não são todas, mas fica para outra publicação)