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O qu'eu aturo!

O qu'eu aturo!

Amizades vs Maternidade

Como é que é pessoas com filhos ainda têm amigas?

Muahahahahahah

Aaaaaah as amizades de longa data

As tias emprestadas das nossas crianças 

As amigas entusiasmadas e super excitadas com a vinda do rebento 

Mil e uma histórias do que vão fazer quando a criança nascer 

SÓ QUE NÃO!

Pois é, a minha realidade foi um bocadinho diferente.

Vamos dividir as amigas (vamos ter em conta que falo de amigas de há mais de 20 anos)

A amiga que se está a cagar:

Esta amiga é aquela amiga que recebe a notícia da gravidez, dá os parabéns e caga no assunto.

Não quer saber, não pergunta como estão as coisas, não se interessa.

Desvaloriza potenciais problemas graves que possam existir durante a gravidez, remetendo a conversa para os problemas dela que são bem mais graves, como por exemplo a suposta "conquista" não ter respondido à mensagem.

Ida para a maternidade, não recebi qualquer mensagem ou telefonema, nem sequer recebi visita. 

Quando o rebento nasceu, em 8 meses de vida veio visitá-lo uma vez, quando ele tinha 1 mês. E voltou a vê-lo no meu aniversário 2 meses depois e foi de fugida.

A amiga do falso entusiasmo:

Esta amiga acompanhou a gravidez toda, ia comigo para todo o lado, foi muito presente e prestativa (porque tinha tempo, verdade seja dita).

Muito entusiasmo, "quando fores para a maternidade avisa", esteve sempre a enviar mensagens para saber como estavam as coisa.

Até que o rebento nasce. 

Deu-se ali uma reviravolta e nunca mais a vi. 

MENTIROSA!

Em 8 meses de vida, foi visitá-lo duas vezes, uma das vezes teve de abandonar porque recebeu uma mensagem supé importante.

Se durante a gravidez sabia de todas as ecos, sabia de tudo, quando o rebento nasce nunca mais mandou mensagem a perguntar por ele.

Liga a combinar uma visita e não aparece, ou desmarca à última da hora, ou acha que pode aparecer a qualquer hora.

A amiga que não esteve presente e continua a não estar:

Esta amiga praticamente é desligada, falamos de vez em quando e sabemos que está tudo bem.

Se a gravidez alterou alguma coisa? Claro que não.

A diferença é que já era assim antes, falamos pouco, vemos-nos pouco, mas quando estamos juntas parece que estamos sempre juntas.

A amiga ingrata, mas se calhar a ingrata sou eu:

Esta amiga deu-nos quase tudo para o bebé. As coisas mais caras, carrinho, cadeira da papa, parque, ela ofereceu porque um dos primos já não precisava.

Agradeci muito. Estarei para sempre grata. Mas eu nunca lhe pedi nada, ela deu porque quis. 

Que mais posso fazer? Não pergunta por ele. Nunca o quis visitar. 

Nesta situcação tenho um bocadinho de dúvidas quanto à minha posição.

Conclusão (que isto é uma coisa super elaborada):

As prioridades de uma mãe mudam.

A nossa vida é virada do avesso, temos um ser 100% dependente de nós e a nossa cabeça está focada nisso.

Estamos a tentar ajustar a nossa vida, a criar rotinas, horários para mantermos a sanidade mental.

NÃO, já não dá para aparecer sem avisar.

NÃO, já não dá para aparecer a horas tardias.

NÃO, já não dá para ficar em casa dos outros a fazer sala, a dormir no sofá, nem no meu nem no vosso.

NÃO, já não dá para sair de casa a qualquer hora.

NÃO, durante algum tempo não vão existir saídas e as que existem não podem ser até tarde.

NÃO, já não posso beber e ir sair à noite.

NÃO, não posso deixar de dar banho ou a comida àquela hora só porque vocês estão presentes.

NÃO, não vou mandar calar ou sair da divisão com o bebé para acalmar um choro ou uma birra, só porque isso está a interromper o vosso assunto.

NÃO, não o vou reprimir dos seus gritinhos, dos seus grunhidos e bolhinhas só porque isso está a interferir com a vossa conversa, escusam de fazer cara de "ai que irritante".

As amigas que são mães mantêm-se e os laços ficaram mais fortes!

As amigas solteiras desertaram, que a vida delas não é isto.

(claro que não são todas, mas fica para outra publicação)